quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A primeira luz da meditação


A meditação tem dois aspectos que precisam ficar bem claros: um deles é a técnica, ou seja, o exercício em si mesmo. Outro é a interação humana que está acontecendo: é o ensinamento de alma para alma, de essência para essência. Diria que o último é de longe o mais valioso, o mais determinante: sabemos que basta um único olhar de um mestre espiritual para transformar a vida para sempre. Então, isso quer dizer que a pessoa não pode ou não deve praticar sozinho, aprendendo em livros, Cds, DVDs ? Sim, ela deve praticar, porém, sem perder de vista que meditação é uma vivência, um processo que só ganha sentido pleno quando está plenamente conectado à vida da pessoa: meditação é interação, e interação entre nós, seres humanos e terráqueos, é fundamental. Da prática, surge a interação, e vice –versa. Mas para tudo tem que ter um começo !

Sugiro na série “Meditações para fazer em casa” alguns exercícios para quem quer começar a praticar em casa, iniciando aquele ritual pessoal de ter seu momento, seu cantinho, seu mergulho interior garantido. Qualquer que seja a motivação da pessoa (saúde, anti-stress, espiritualidade, carma e destino, etc), ela deve começar sempre pela principal técnica que vou ensinar agora, que é a mudança do olhar. Quero dizer que o simples fato de estar ritualizando a prática com a intenção de aperfeiçoar-se, transformar-se, já é, por si mesma, a grande transformação desejada... sim, a meditação é algo que tem valor intrínseco, vale por si mesma, não é algo que adquire valor posterior, ou algo que se valoriza em função de qualquer outro evento... Eventos acontecem e acontecerão sempre: daí a palavra “eventual”... meditação é um mergulho na eternidade, por isso, é tão afeita ao silêncio... Saiba que o que vale é o momento: por isso a primeira técnica é a da intenção plena: a concentração no momento é a primeira chama a abrilhantar com sua luz o caminho do buscador. Medite e acredite que o processo “já está cumprido”: não espere mais !

Mais importante do que o exercício que a pessoa escolhe, é saber observar os efeitos: saiba que a meditação deve conduzir ao balanceamento da energia vital. Então, numa prática, você deve sentir ao mesmo tempo, profundamente relaxado e muito energizado ! Esse é o referencial para qualquer exercício, que pode ser qualquer um encontrado em bons livros ou Cds. Não fique inseguro: um atleta amador não consegue correr 40km logo de saída, ficaria exausto e pararia bem antes de sofrer qualquer dano sério. Um meditador que está dando primeiros passos também não tem como ultrapassar a faixa de risco, ele simplesmente adormece ! Entào, escolha, teste, veja algo que consiga de fato te motivar, e vá em frente que a intenção que você colocou ali se encarrega do resto.

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