Dar ênfase na formação além da mera informação?
Minhas práticas dão ênfase no “como se faz”. Se você quer ensinar uma criança a andar de bicicleta, não adianta explicar para ela como é andar de bicicleta e dar a bicicleta na mão dela dizendo “agora é com você, já tem como praticar sozinha”. Tenho visto ensino de mantras, chakras e energia vital com esse tipo de abordagem, em cursos que pretendem passar um monte de informação sobre mantras e chakras e no final, sugerem que o aluno aprenda por ele mesmo a andar na bicicleta... O resultado é frustração: o aluno chega em casa e não consegue praticar sozinho.
Isso responde porque muita gente considera tão difícil iniciar práticas interiores?
Iniciar é fácil, difícil é manter... Fatalmente, o aluno não consegue praticar aquela enxurrada de coisas que aprendeu num workshop, e atribui isso à sua falta de capacidade de ter autodisciplina. Mas não tem nada a ver com autodisciplina, ele na verdade, não sabe “como” praticar. Na minha escola, depois de uma ou duas aulas todos estão tão motivados que saem da inércia, e começam a praticar diariamente mantras, chakras e até mesmo dança como meditação. Eu pego na mão da cada um e coloco em cima da bicicleta até ele conseguir andar sozinho, senão, não tem sentido, é melhor ele acessar a internet ou comprar mais livros. Muitas pessoas acabam frustradas com essas técnicas orientais porque nossa sociedade tem focado demais na quantidade de informação e não na sensibilização correta para a prática.
Você tem uma visão bem diferente do que é um aluno iniciante ou avançado...
Não diferencio muito, para mim são todos iniciantes, pois a maioria dos alunos que vem freqüentando os cursos já traz muita informação sobre esses temas de yoga, meditação, chakras, mantras, dança espiritual, mas ainda assim se sentem inseguros, não sabem como utilizar isso no seu dia a dia. Muitos trazem verdadeiros bloqueios com meditação. No caso de professores de yoga e de terapeutas (holísticos ou não) que já estão atendendo, muitos querem se aperfeiçoar e sentem falta de ferramentas mais diferenciadas para atuar nessa esfera da energia vital, emoções e sensibilidade. Eu tenho dito que minhas aulas não focam no “poder da mente”, mas sim, no “poder da não-mente”, pois desenvolvemos o ser humano como um todo e não apenas a parte física ou mental: aqui interessa o conjunto. Acredite, o diferencial está no conjunto, no equilíbrio...
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